É sempre assim, chegamos em Itajubá e nossos amigos querem colocar a gente em alguma roubada. Acho que tenho cara de alguém que gosta de sofrer...rs
Desta vez disseram-nos que deveríamos escalar a via Bela da Tarde (320m, 6º VIIa A1 ou 8º?). Falaram também que nem pegava muito sol na parede. Mas, como sou um cara prevenido, decido acordar as 4 da madruga...O Cristiano, meu companheiro de escalada nesta empreitada, adorou a idéia de levantar bem cedinho, principalmente ele que já fazia quase um ano que não escalava em rocha. O fato é que as 6:30 já estávamos escalando e às 10 horas da manhã o sol nos derretia na parede. E a via não afrouxava, várias cordadas exigentes, até que chegamos ao crux! Pois é, o crux da via era um esticão curto de apenas 20 metros que seria o 8º grau ou no qual faria o uso de cliffs e estribos. O problema de vias grandes é que normalmente a gente chega meio derretido no crux quando este não é no início e nessa via não foi diferente. Já caí lá pela terceira ou quarta chapa. Todavia, consegui fazer tudo em livre sem usar os cliffs. Foi muito legal!
Mas o pior ainda estava por vir. O sol estava forte e meus pés inchados dentro da sapatilha novinha pareciam que queriam gritar de dor. A sétima e oitava cordadas foram bem doloridas, não só para os pés, mas também pelos cactos que abracei...Nelas fiz uso de algumas armas secretas: uns friends de cabo rígido que o Orlando de Itajubá me emprestou...rs
No final deu tudo certo. Saímos de uma cruz e terminamos em outra. Isso mesmo, no topo tem uma cruz que o povo da região colocou e na base da via tem outra que colocaram porque um cara se jogou lá de cima e caiu pela via. Achamos um sapato que talvez pertencia ao rapaz.
No cume tomamos o resto da água e descemos pisando suavemente com nossas havaianas, pois havíamos feito a aproximação de sandálias! Vão escalar esta via, ela é "bela" demais e está esperando uma cadena! K-mon!
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